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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Crítica de Cinquenta Tons Mais Escuros - mais uma porcaria

Sinopse: Incomodada com os hábitos e atitudes de Christian Grey (Jamie Dornan), Anastasia (Dakota Johnson) decide terminar o relacionamento e focar no desenvolvimento de sua carreira. Ele, no entanto, não desiste tão fácil e fica sempre ao seu encalço, insistindo que aceita as regras dela. Tal cortejo acaba funcionando e ela reinicia o relacionamento com o jovem milionário, sendo que, aos poucos, passa a compreender melhor os jogos sexuais que ele tanto aprecia.

Elenco: 

Personagem : Anastasia Steele
Jamie Dornan
Personagem : Christian Grey

Bella Heathcote

Personagem : Leila Williams

Kim Basinger

Personagem : Elena Lincoln



Eric Johnson
Personagem : Jack Hyde



Hugh Dancy
Personagem : Dr. John Flynn



Marcia Gay Harden
Personagem : Grace Trevelyan Grey



Eloise Mumford
Personagem : Kate Kavanagh

Diretor: James Foley


Leia até o fim, por favor.

De pensar sobre os tais "cinquenta tons de alguma coisa", é difícil mesmo acreditar no tamanho sucesso que os livros fizeram. Mesmo para quem não leu, sabe que a obra é claramente uma história pornográfica, cheia de momentos machistas e tudo se trata de uma mulher que "não tem como ser real" sendo o objeto de perversões de um homem sem personalidade, possessivo e perseguidor. Desculpe, mas um conjunto de obra, que traz em uma de suas frases principais “Agora eu vou f**** você, Senhorita Steele...Forte.”, para mim, não traz nenhum ponto positivo, mesmo que esta frase foi dita pelo senhor Grey no momento de tirar a virgindade da moça. Cai por terra aí então, para todas as mulheres que idolatram a história e que prezam aquele primeiro momento com um homem ser algo inesquecível, romântico e especial.

Mais do que tudo, são os perigos de disponibilizar nas livrarias algo tão abertamente sexual no pior sentido, para que adolescentes e até crianças leiam.

Mas daí vieram os filmes, o primeiro, de 2015. Primeiro de tudo é incrível observar a pressa dos estúdios de adaptarem uma história assim, não dando tempo nem de digerir o primeiro filme que, digamos, foi uma porcaria. Para quem entende o mínimo de cinema, sabe que a primeira adaptação foi fraca, atuações medianas com cenas de sexo forçadas. Isso claramente fica aberto, pois Dakota Jonhson declarou na ocasião que ficaria muito envergonhada se sua mãe assistisse e Jamie Dorman, o sr. Grey, passou bem perto de se recusar fazer qualquer sequencia, pois iria prejudicar seu casamento e também que nunca iria querer que sua esposa assistisse o filme.

Fora que o primeiro filme foi muito fraco tecnicamente, com fotografia muito ruim, péssima direção, edição perdida e cor bem sem criatividade.

Dai chegamos ao segundo filme, lançado este ano de 2017, existe tecnicamente uma pequena melhora e convocaram, dessa vez, um elenco um pouco melhor. A presença de Kim Basinger, esta sim uma grande atriz que protagonizou um clássico thriler erótico chamado 9 Semanas e Meia de Amor (1986), traz não apenas a lembrança de como se fazer um grande filme picante, mas também traz a atuação de uma real vencedora do Oscar.

Este segundo filme dos "50 tons", apesar de se salvar um pouquinho mais, mesmo assim não passa de um filme erótico cujo fundamento é novamente mostrar o quanto Christian Grey é dominante sobre sua amada, fazendo ela realizar suas vontades. Novamente nos traz a lembrança de filmes que passavam no "Cine Privê" da rede Bandeirantes, com uma linguagem um pouco mais de cinema do que aqueles filmes onde o que importava era o "vai e vem".

Mesmo se tratando de um filme de cinema, o diretor James Foley é aquele tipo de sujeito que dirigiu apenas thrilers de ação ou comédia bem fracos, como Quem É Essa Garota? (1987) protagonizado por Madonna, o fraquíssimo Medo (1996), o que eu acho talvez seu "melhorzinho" chamado O Corruptor (1999), A Estranha Perfeita (2007), entre outros. Mesmo que esteja escalado para dirigir o terceiro "50 tons", podemos dizer que ao menos ele superou o trabalho de Sam Taylor-Johnson, o diretor do primeiro filme.

Mais estranho ainda fica em saber que quanto mais feminista a pessoa, mais idolatra a obra, mesmo se tratando sobre um tarado milionário dominador e perseguidor que trata sua "amada" como uma fonte de prazeres.

Minha avaliação da obra unicamente é técnica, onde posso dizer que houve uma pequena melhora em questão de edição, direção e escalaram Kim Basinger, esta sim um símbolo de um grande filme picante e que tem um Oscar para provar o quanto é competente.

A obra está dentro do "efeito Crepúsculo", onde colocam todos os defeitos dentro de uma única personagem, tanto físicos quanto psicológicos, e assim a pessoa se identifica com um desses problemas e já de imediato idolatra a obra. Em Crepúsculo, a vida da Bela melhorou apenas quando se afasta de vez de sua família, amigos e de sua vidinha para se transformar em um monstro imortal. Aqui em "50 tons", Anastasia gosta de ser fonte de prazeres, perde sua virgindade de forma absurda, algo tão belo e respeitoso quando a mulher se guarda para o amor e carinho, um verdadeiro presente.

Mulheres são seres humanos fortes, com personalidade e precisam sim do respeito de quem ama. Mesmo que goste de algo mais apimentado na relação, ambos serão apenas um no amor. Sendo assim, qualquer pessoa não precisa de um Christian Grey em sua vida. Dinheiro, poder, presentes, dominação e falta de personalidade não são os itens mais importantes.

Goste você de histórias mais picantes, assista filmes melhores sobre o assunto, como  9 1/2 Semanas de Amor (1986), Atração Fatal (1987), Instinto Selvagem (1992), Infidelidade (2002)...

Trailer do site:


Daniel Fontebasso
(Crítico e Diretor de Curtas)

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

O Chamado 3 - Chamados - crítica


Sinopse: Julia (Matilda Anna Ingrid Lutz) fica preocupada quando seu namorado, Holt (Alex Roe), começa a explorar a lenda urbana sobre um vídeo misterioso. Lenda esta que diz que quem assiste morre depois de sete dias. Ela se sacrifica para salvar seu namorado e acaba fazendo uma descoberta terrível: há um "filme dentro do filme" que ninguém nunca viu antes.

Elenco:

Matilda Lutz
Personagem : Julia
Alex Roe
Personagem : Holt

Vincent D'Onofrio

Personagem : Burke

Johnny Galecki

Personagem : Gabriel

Aimee Teegarden

Personagem : Sky


Laura Wiggins
Personagem : Faith

Bonnie Morgan

Personagem : Samara









Existem certos projetos no cinema, certas franquias, que, apenas ao ser anunciado, já nos faz pensar imediatamente na pergunta: Para que?

O Chamado (2002) é uma refilmagem de um sucesso japonês chamado Ring (リング Ringu) de 1998, que trouxe um modelo de terror diferenciado, trazendo sustos em momentos programados e em música baixa. Convenhamos, o original japonês já era suficientemente um ótimo filme em todos os quesitos, mas claro que os americanos não perdem tempo e fazem sempre refilmagem de grandes filmes "estrangeiros" para faturar seus dólares. Mesmo assim, o primeiro O Chamado, foi um grande filme, com elenco excelente, encabeçado pela indicada duas vezes ao oscar Naomi Watts e Brian Cox, dois grandes nomes do cinema. Acima de tudo, o filme foi dirigido por Gore Verbinski e a trilha sonora era de Hans Zimmer, eliminando assim todas as dúvidas e resultando em um trabalho invejável.

O segundo O Chamado (2005), já nos trouxe a tal pergunta sobre a necessidade do filme no contexto de uma franquia. A direção mudou, estando no comando Hideo Nakata e a trilha sonora também muda de condutor. Assim, mesmo ainda com Naomi Watts, o filme perdeu feio para o primeiro, trazendo sim, algumas sequencias boas e tensas como a do cavalo na balsa, mas mesmo assim, o primeiro filme supera em tudo.

Chegou aos cinemas O Chamado 3, ou Chamados, como preferir. Dirigido pelo estrante em Hollywood, o espanhol F. Javier Gutiérrez, e um novo elenco com direito a presença de Vincent D'Onofrio (aquele que em Homens de Preto o inseto vestiu sua pele, fazendo ele ter uma atuação digna de Oscar) e também Johnny Galecki (o Leonard de The Big Bang Theory).

O filme parte de uma ideia até interessante, onde tentam transformar a lenda da tal vídeo da Samara em um tipo de experimento coletivo, isto traria até mesmo uma certa arejada na franquia. Mas infelizmente de forma quase instantânea, o filme já é mergulhado na transformação de contexto em lenda urbana e rapidamente os clichês dominam. O casal protagonista é totalmente desinteressante, o filme não se deu sequer o trabalho de aprofundar suas personalidades, sendo assim quem assiste não se identifica e não torce por eles. O filme faz questão de dar voltas desnecessárias para chegar no ponto que interessa: Julia (Matilda Lutz) acaba assistindo um vídeo macabro e logo após recebe uma ligação misteriosa de alguém que apenas diz “sete dias”. O que mais nos incomoda, contudo, é a digitalização das imagens do VHS. Primeiro, nos faz perguntar quem seria idiota o suficiente de fazer este trabalho de passar VHS para um arquivo e em segundo, o VHS assusta muito mais em minha opinião. "Passar a Samara para frente", ficou muito mais fácil, agora damos apenas um Ctrl+C e Ctrl+V para alguém e assim aguardar apenas alguns segundos até o curioso assistir. Estragaram a ideia da dificuldade nos dias de hoje de alguém precisar usar um videocassete para ficar livre.

O filme não se identifica esteticamente, não define uma linguagem na composição de cores e luzes, simplesmente seguiu um protocolo de clichês estabelecidos para dar susto na platéia. Mesmo que o início soe até interessante e o final é mais um gancho para continuidade. O que interessaria no filme de fato não está presente, transformando o projeto em mais um naquele arquivo dos nossos cérebros com aviso "deletar informações após 15 minutos do término do filme".

Para alguém que nunca tenha visto os filmes, o original japonês e o filme americano de 2002 são os que valem a pena. O Chamado 3 é um filme dispensável, prescindível, supérfluo, inútil, escusado, escusável, vão, irrelevante e insignificante.

Trailer do site:
Daniel Fontebasso
(Crítico e Diretor de Curtas)

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